O LEÃO E O MOSQUITO
E esta! porque fazes muita bulha com os teus rugidos, pensas que
és grande coisa! porque tens um imenso corpanzil, e uma carranca horrenda,
acreditas que és rei dos animais! Aqui estou eu, eu, sim, que de ti não tenho
medo. — Quem assim falava? Era um mosquito. A quem falava? A um leão. Sim, um
mosquitinho a um leão! e nisso não ficou: Ora defende-te lá, prosseguiu; meçamos
forças. E pronto agarra-se às ventas do leão. O possante quadrupede ruge que
abala os montes, procura com a pata arrancar do nariz o miserável inseto; este
porém introduz-se pela venta, e mais de dentro o morde. O leão indigna-se,
precipita seus movimentos bate com a cauda os flancos, salta, com as garras
dilacera o focinho; o mosquito tranqüilo e sereno, vai multiplicando
ferretoadas. O leão emprega, para ver-se livre de tão tênue inimigo, força
suficiente para domar tigres, e por fim, tendo-se em sua fúria mordido a si
próprio, dilacerado todo com as garras, cai morto. Sai-lhe então da venta o
mosquito, e zunindo celebra a sua vitória.
MORAL DA HISTÓRIA: Não há inimigo fraco; para dar cabo de um leão basta um mosquito, quando com a perspicácia do ódio sabe dirigir seus golpes.
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Ano de
publicação: 1852.
Origem:
Brasil (imitadas de Esopo e La Fontaine)
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