segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Midas (Mito Grego), por Alice de Almeida

 

MIDAS 

Midas, rei da Frigia, conseguiu obter de Baco, o maravilhoso dom de transformar em ouro todos os objetos que tocasse. Esse dom tornou-se-lhe em breve fatal, pois os próprios alimentos eram transformados no precioso metal, ao seu contato, vendo-se Midas impossibilitado de comer o que quer que fosse.

No auge da desesperação, invocou o deus Baco, e suplicou-lhe que o livrasse de tão mortal suplício. Baco compadecido da sua desgraça, ordenou-lhe que se banhasse nas águas do Pactolo, para perder o nefasto dom. Midas obedeceu, e o grande rio ficou cheio de palhetas douradas.

Refere também a lenda que, tendo o rei dito que a lira de Apolo era inferior à flauta de Pan, o senhor dos bosques, aquele em castigo à sua irreverência fez-lhe nascer orelhas de burro.

Midas porém ocultava-as cuidadosamente sob os fartos cabelos, e somente um barbeiro conhecia o seu segredo.

Mas o barbeiro após algum tempo, e apesar das ameaças de morte, não se conteve; resolveu então confiar a terra o segredo que tanto o oprimia.

Abriu, pois, uma funda cova, e lá deixou sepultadas as palavras fatais que confirmavam ter o rei orelhas de asno, ocultas sob a cabeleira.

Nesse lugar, passado tempo, brotaram caniços que, ainda verdes, agitados pela mais leve aragem diziam:

— "Midas, o rei Midas, tem orelhas de burro!"

E assim em breve foi divulgado o segredo do rei que caiu no ridículo, e furioso maldisse a hora em que atraíra sobre a sua cabeça a justa cólera do formoso e temível Apolo.

 

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Autora: Por: Alice de Almeida
Origem: Brasil
Pesquisa e adequação ortográfica: Iba Mendes (2021)

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