O RATO E A RÃ
Desejava um Rato passar um rio, e temia por não saber nadar. Pediu ajuda
a uma Rã, a qual se ofereceu de o passar, se se atasse ao seu pé. Consentiu o
Rato, e tomando um fio, se atou pelo pé, e na outra ponta atou o pé da Rã.
Saltaram ambos na água, mas a Rã com malícia trabalhava por se mergulhar, para
que o Rato se afogasse. O Rato fazia por sair para fora, e ambos andavam neste
trabalho e fadiga. Passava um falcão por cima, e vendo o Rato sobre a água, se
abateu pelo levar, e levou juntamente a Rã, que estava atada com ele, e no ar
os comeu ambos.
MORAL DA HISTÓRIA:
Nesta Rã, e sua morte, se vê o que ganham os maus, quando armam traição
contra quem se fia deles; porque quase sempre caem no mal, que a outrem ordenam; e
se o inocente morre, não escapam eles do castigo merecido; que quando se
livrarem do temporal, caíram depois da morte em outro mais para temer.
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Ano de publicação: 1684.
Origem: Portugal.
Pesquisa e adequação ortográfica: Iba Mendes (2022)
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