quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

O asno e a cobra (Fábula de Esopo), de Manuel Mendes da Vidigueira

 

O ASNO E A COBRA

Pediram os homens a Júpiter, em paga de um serviço, que nunca envelhecessem, o que ele concedeu. Tomou a mocidade, e pô-la sobre um Asno, e mandou que a levasse aos homens. Indo o Asno seu caminho chega a um ribeiro com sede: estava nele uma Cobra, e disse que o não deixaria beber daquela água, se não lhe desse o que levava às costas. O Asno, que não sabia o preço, lhe deu a mocidade pela água. Pelo que os homens ficaram envelhecendo, e as Cobras renovando-se cada ano. 

MORAL DA HISTÓRIA:
Mostra esta Fábula que as coisas de importância não se cometem a homens parvos, porque qualquer manhosa cobra com qualquer coisa os vence, e faz que descubram o segredo alheio, ou desbaratem os negócios, que lhes são cometidos, cujo peso e importância não entendem.


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Ano de publicação: 1684.
Origem: Portugal.
Pesquisa e adequação ortográfica: Iba Mendes (2022)

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