O LOBO E A GARÇA
Voraz, como sempre, um lobo, estando a comer, engoliu um osso.
Ficou-lhe este atravessado na garganta, e o sufocava. Nesta aflição viu ele uma
garça de compridíssimo pescoço, e suplicou-lhe que lhe valesse, prometendo
mundos fundos, se lhe arrancasse o osso da goela. Compadecida a garça o fez.
Livre o lobo recusou dar-lhe o que prometera. Ingrata, não vês que és tu que me
deves retribuir a generosidade; dentro da minha boca esteve a tua cabeça,
podendo apertar os dentes, deixei que te safasses! e queres paga! A garça
calou-se: o que havia de fazer? Emendar a mão, e nunca valer a lobos.
MORAL DA HISTÓRIA: Quantos na hora dos apuros tudo prometem aos homens, aos santos, a Deus e depois esquecem o prometido, e chasqueam de quem neles se fiou.
---
Ano de
publicação: 1852.
Origem:
Brasil (imitadas de Esopo e La Fontaine)
Nenhum comentário:
Postar um comentário