terça-feira, 28 de dezembro de 2021

O cão fiel (Fábula), de Justiniano José da Rocha

 

O CÃO FIEL 

Um trabalhador do campo não querendo distrair a família, havia adestrado um cão a fazer-lhe o serviço. Quando ia trabalhar longe de casa, em vez de ser a mulher ou algum dos filhos quem lhe levasse a sopa do jantar, punham-na em uma vasilha, e atavam-na ao pescoço do cão; este a levava fielmente ao senhor, e filhos e mulher continuavam no trabalho da casa, e não perdiam tempo.

Um dia o fidelíssimo criado é acometido por um dogue; procura contra ele defender o jantar do senhor; mas outros dogues acodem ao ataque. Vendo então que era inútil a defesa, o fidelíssimo diz: Esperem lá, camaradas, deixem-me tirar o meu quinhão, e abandono-lhes o resto. E logo mete o focinho na sopa, tira dela o melhor toucinho, e enquanto come, os outros devoram o resto.

MORAL DA HISTÓRIA: Há muitos que são fieis até a hora em que se vêem provocados pela oportunidade e pelos maus exemplos. 

 

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Ano de publicação: 1852.
Origem: Brasil  (imitadas de Esopo e La Fontaine)

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